O presidente do Republicanos, Hugo Motta, voltou a frustrar quem esperava uma definição imediata sobre o PL da Dosimetria, projeto que poderia aliviar a situação dos condenados pelo 8 de Janeiro. Em declaração recente, ele afirmou que “precisa de mais tempo” para pautar a proposta no plenário da Câmara, alegando falta de acordo entre as lideranças e incertezas quanto ao Senado.
Na prática, o recado é claro: a votação, esperada para a próxima semana, será adiada novamente. Enquanto isso, centenas de famílias seguem esperando uma resposta concreta, presas a um sistema que prefere o jogo de bastidores ao compromisso com a justiça.
Reduzir penas ou enrolar mais?

O relator do projeto, deputado Paulinho da Força, tenta dar sinais de avanço. Ele afirma que o texto propõe a redução das penas impostas aos envolvidos no 8 de Janeiro, destacando que a medida é necessária para corrigir exageros evidentes. Para Paulinho, a proposta pode representar uma saída de consenso, já que enfrenta resistência tanto da esquerda quanto da direita mais radical.
Mas, ao mesmo tempo em que promete entregar o relatório em breve, admite que a estratégia será “avançar pelo centro” — um termo bonito para encobrir o que é, na realidade, mais uma costura política de conveniência. O risco é transformar um debate urgente sobre justiça em moeda de troca para acordos partidários.
O jogo político em marcha lenta
A postura de Motta evidencia um problema recorrente em Brasília: quando o Congresso fala em “mais tempo”, é sinal de que o povo vai esperar ainda mais. Nos bastidores, líderes já reconhecem que não há clima para decidir de imediato. Até o presidente da Câmara ensaia discursos de que a “diminuição das penas pode ser uma saída política boa”, como se liberdade fosse favor a ser concedido, e não um direito a ser respeitado.
A verdade é que o PL da Dosimetria virou um campo de batalha silencioso. De um lado, quem defende a revisão urgente das penas; do outro, quem prefere arrastar o processo até que o desgaste público diminua. No meio, famílias seguem em sofrimento, vítimas de um sistema que pune com rigor e negocia a passos de tartaruga.
Liberdade não pode esperar
A cada semana perdida, cresce a sensação de que a justiça virou peça de barganha política. A discussão sobre dosimetria deveria ser transparente, com data marcada e responsabilidade assumida. O que se vê, porém, é o oposto: relatórios prometidos, prazos adiados e discursos vazios.
O povo não precisa de mais tempo. O povo precisa de respostas. Precisa de coragem para reconhecer que houve abuso nas condenações e que a solução não pode ficar eternamente em suspenso.
Chamado à ação
É hora de cobrar. Deputados foram eleitos para decidir, não para empurrar. Se dizem que vão votar, que votem. Se prometem relatório, que entreguem. O país exige justiça proporcional, liberdade para quem está preso injustamente e o fim desse teatro de enrolação.
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