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Saída de Rafael Rocha, após sanção dos EUA e desgaste interno, soma-se a debandada de auxiliares que deixam a tropa de choque de Alexandre de Moraes

A cada nova semana, o castelo de poder montado por Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal parece sofrer mais rachaduras. Desta vez, quem saiu de cena foi o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que deixou a função de magistrado auxiliar do gabinete do ministro. A portaria, assinada em 15 de setembro por Luís Roberto Barroso, só foi publicada oficialmente em 26 de setembro, revelando uma saída cuidadosamente cronometrada.

Rocha não era um nome qualquer: formado pela USP, assessor em diversas frentes no TJ-SP e figura ativa nos bastidores do STF, ele carregava a marca de ser um dos braços-direitos de Moraes em casos sensíveis — inclusive nos processos ligados aos réus do 8 de janeiro. Mas sua permanência se tornou insustentável depois que os Estados Unidos suspenderam seu visto, em decisão que atingiu também Cristina Yukiko, chefe de gabinete de Moraes e citada no escândalo da Vaza Toga.

Esse detalhe é crucial: o desligamento aconteceu antes da medida internacional. Coincidência ou ajuste estratégico para evitar constrangimentos maiores? Nos corredores de Brasília, a resposta é quase unânime: tratou-se de blindagem. Blindagem de quem sabe que a corda está esticada demais e que qualquer passo em falso pode explodir dentro e fora do país.

Não é a primeira baixa. Outros auxiliares já deixaram o barco, como Airton Vieira, André Salomon Tudisco e Rogério Marrone. O padrão é claro: ninguém permanece muito tempo no gabinete que se tornou símbolo da “ditadura da toga”. Pressão externa, desgaste interno e manobras obscuras transformaram o posto em uma cadeira elétrica disfarçada de prestígio.

Enquanto isso, milhares de brasileiros seguem pagando a conta das decisões arbitrárias de Moraes e seus aliados. Os réus do 8 de janeiro, tratados como inimigos de guerra, recebem penas abusivas que ferem qualquer noção de proporcionalidade e liberdade. A justiça que deveria proteger o cidadão virou instrumento de intimidação.

A saída de Rocha não é apenas um rodízio burocrático: é mais um grito silencioso de quem não aguenta ser cúmplice da engrenagem. Se até dentro do STF a debandada cresce, do lado de fora é urgente aumentar a pressão popular.

É hora de exigir soberania, justiça de verdade e anistia total para os perseguidos do 8 de janeiro. Não podemos aceitar que um tribunal se transforme em feudo autoritário. A luta é pela liberdade.

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