O Supremo Tribunal Federal voltou a ser palco da contradição. Alexandre de Moraes autorizou a progressão de pena do ex-deputado Daniel Silveira para o regime aberto. Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses por “crimes contra o Estado Democrático de Direito”, cumpriu 25% da pena e, segundo a PGR, apresentou “boa conduta”. Mas o benefício vem envenenado: tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno, proibição de sair da comarca e — o mais grave — veto total ao uso das redes sociais.
A decisão carrega o DNA de Moraes: controle absoluto e punição seletiva. O ministro deixa claro que qualquer deslize levará Silveira de volta ao regime fechado. Ou seja, liberdade só no papel, condicionada ao silêncio imposto pela toga.
Esse episódio se soma a um histórico marcado por arbitrariedades. Moraes já foi chamado de “xerife do STF” por conduzir inquéritos sem base legal, mandou prender jornalistas, censurou veículos e transformou redes sociais em campo de perseguição. Ao mesmo tempo, o próprio Daniel Silveira virou símbolo de confronto: do vídeo em que atacou ministros do STF à sua prisão cinematográfica, sempre esteve no centro de uma narrativa que expôs os abusos de poder.
Não é coincidência. É método. Moraes usa a progressão de Silveira para mostrar que quem enfrenta a Corte só terá uma saída: obedecer em silêncio. Um regime aberto que, na prática, mais parece um regime de mordaça.
Enquanto isso, centenas de presos do 8 de janeiro seguem esquecidos, com penas absurdas e famílias destruídas, sem tornozeleira, sem progressão e sem direito sequer à voz. A seletividade é escancarada: uns são controlados, outros são esmagados.
O STF tenta vender a imagem de justiça, mas o que entrega é vigilância, censura e manipulação. Não há democracia quando um tribunal se coloca acima da Constituição, decidindo quem pode falar e quem deve calar.
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