Centros de pesquisa nos EUA fecham as portas enquanto o presidente repete que a crise ambiental é uma “vigarice”
Donald Trump voltou a atacar a agenda climática internacional e desta vez o corte não foi só no discurso: três centros de adaptação climática ligados ao Serviço Geológico dos Estados Unidos já estão paralisando atividades por falta de financiamento. A decisão partiu do próprio governo, que não renovou os repasses federais, atingindo regiões que abrigam um terço da população americana.
O presidente foi além. Em discurso na ONU, chamou as mudanças climáticas de “fraude” e prometeu priorizar o “carvão limpo e bonito” no lugar de energias renováveis. Para Trump, o conceito de pegada de carbono é apenas “um embuste inventado por pessoas com más intenções”.
Mas esse não é um episódio isolado. Desde que voltou à Casa Branca, Trump tem feito da guerra contra a pauta ambiental uma marca de governo. Recentemente, a administração anunciou o cancelamento de US$ 13 bilhões em investimentos em energia limpa 【reuters】, extinguiu subsídios climáticos de US$ 20 bilhões da era Biden 【apnews】 e até proibiu funcionários do Departamento de Energia de usar palavras como “mudanças climáticas” ou “emissões” em documentos oficiais 【politico】. Para críticos, é censura climática.
O impacto é direto: estudantes foram dispensados, projetos suspensos e equipes inteiras desmontadas. Pesquisadores alertam que os cortes vão atrasar descobertas fundamentais e deixar comunidades vulneráveis a desastres naturais sem apoio científico. O Guardian já alertava meses atrás que a NOAA, agência responsável por monitorar o clima, seria “dilacerada” pelos cortes de eficiência 【guardian】.
Trump repete a mesma fórmula que sempre usou: deslegitima a ciência, fortalece indústrias poluentes e chama de “fraude verde” tudo que desafia sua visão imediatista de economia. Foi assim no seu primeiro mandato, quando retirou os EUA do Acordo de Paris, e é assim agora, ao desmontar centros de pesquisa que deveriam proteger vidas.
Enquanto o planeta arde em recordes de calor, furações e enchentes, o governo da maior potência mundial prefere vender a ilusão de que a crise climática é invenção da ONU. O resultado é óbvio: mais tragédia para os pobres, mais lucro para os poderosos.
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